UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE
JANEIRO
DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA – IFCH
DISCIPLINA: PAN-AFRICANISMO, NEGRITUDE
E INTELECTUAIS AFRICANOS.
PROF. WASHINGTON SANTOS NASCIMENTO
Email: washingtonprof@gmail.com
I.
EMENTA
Intelectuais e Pensamento Social
africano. Tradição oral, memória e pensamento social. Culturas letradas: pan-Africanismo e negritude.
Temas, textos e questões do pensamento social africano pós-colonial.
II.
OBJETIVOS
·
Fazer uma
discussão sobre o processo de produção de conhecimento que parta do continente
africano (ou de seus descendentes).
·
Teorizar
sobre a África a partir de um olhar intravertido que se preocupe com temas e
questões do continente e de seus habitantes.
·
Pensar o
processo de libertação colonial e descolonização do conhecimento.
III.
PROGRAMA
* O programa pode sofrer algumas pequenas alterações até o
início da disciplina.
Março
I – CIÊNCIAE TOTALITARISMO DO CONHECIMENTO.
MIGNOLO,
W. Os esplendores e as misérias da “ciência”: colonialidade, geopolítica do
conhecimento e pluri-versalidade epistêmica. In: SANTOS, Boaventura de S. Conhecimento prudente para uma vida decente.
São Paulo: Cortês, 2006.
MENESES, Maria Paula Meneses. Os sentidos da descolonização: uma análise a
partir de Moçambique. OPSIS (Online), Catalão, v. 16, n. 1, jan./jun. 2016, p. 26-44.
II – TRADIÇÃO,
MEMÓRIA, ORALIDADE E PENSAMENTO SOCIAL.
2.1 – A
tradição oral e os griots
HAMPATÉ BÂ, A. A tradição viva. In: KI-ZERBO, J. (coord.) História
Geral da África I. Metodologia e Pré-História da África. Brasília: UNESCO, 2010. (56 páginas)
NIANE,
Djibril Tamsir. Sundjata, ou a
epopéia mandinga. São Paulo: Ática, 1982.
NASCIMENTO,
Washington Santos. Universo mítico-religioso Kimbundu
e trânsitos culturais em Wanyenga Xito.
(no prelo)
III - PENSAMENTO SOCIAL AFRICANO NAS CULTURAS
LETRADAS: O PAN-AFRICANISMO E NEGRITUDE
3.1. Pan-africanismo:
história e luta de libertação
HERNANDEZ, Leila Leite. O pan-africanismo In:
HERNANDEZ, Leila leite. África na sala de aula: visita à história
contemporânea. São Paulo, Selo Negro. 2010.
KODJO, Edem e CHANAIWA, David. “Pan-africanismo
e libertação”. In História geral da
África, volume VIII. A África desde 1935, editado por Ali A. Mazrui e
Christophe Wondji. Brasília: UNESCO, 2010, p.895-924.
3.2.- Pan-Africanismo
e dois dos principais nomes: Cheik Anta Diop e Leopold Senghor
BARRY, Boubacar. Escrevendo História na África
depois da independência: o caso da Escola de Dakar. In BARRY, Boubacar. Senegâmbia: O Desafio da História Regional.
RJ: Centro de Estudos Afro-Asiáticos/Universidade Cândido Mendes, 2.000,
p.35-64
DIOP,
Cheick M´Backé. Cheick Anta Diop: o
homem e sua obra. IN: DIOP, Babacar Mbaye & DIENG. Doudou (orgs). A Consciencia Histórica Africana.
Lisboa/Luanda. Mulemba/Pedagogo,2012, pp. 87- 110
Apresentação de parte da monografía de Jorge Henrique
Almeida – Concluinte do curso de História da UERJ.
DIOP, Cheikh Anta. Contribuciones culturales de África y sus perspectivas. IN: KOHN, Hans; SOKOLSKY, Wallace. El nacionalismo africano em el siglo XX. Buenos Aires: Editorial Paidos, 1968. p. 174-184.
SENGHOR, Léopold Sédar.
O Contributo do homem negro. IN: SANCHES, Manuela Ribeiro. Malhas que os
impérios tecem: textos anticoloniais, contextos póscoloniais. Lisboa: Edições
70, 2011. p. 73-92.
3.3 - Negritude:
história
DOMINGUES, Petrônio
José. “Movimento da negritude- uma breve reconstrução histórica”, in: África:
Revista do Centro de Estudos Africanos. USP.
HARRIS, Joseph.
“A África e a Diáspora Negra”, in: História Geral da África: África desde 1935,
(cap.23) pp. 849-872.
KODJO, Edem;
Chanaiwa, David. “Pan-Africanismo e Libertação”, in: História Geral da África:
África desde 1935, (cap 25) pp. 897-924.
3.4 - Negritude: o negro e as questões
identitárias.
FANON, Frantz. Introdução / A experiência
vivida do negro / À guisa de conclusão. In: FANON, Frantz. Pele negra, máscaras
brancas. Tradução de Renato da Silveira. Salvador: EDUFBA, 2008.
MEMMI,
Albert. O retrato do colonizado precedido
pelo retrato do colonizador. Rio de Janeiro: Editora Paz e Terra, 1977.
NASCIMENTO,
Washington Santos. Políticas coloniais e nação nas memórias e discursos do ex-assimilado
e escritor angolano Raul David In: NASCIMENTO, Washington Santos. Gentes do Mato: os "novos assimilados" em
Luanda. Tese de Doutorado.
Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humanas da Universidade de São
Paulo, São Paulo, 2013. (Texto adaptado).
IV – O PENSAMENTO SOCIAL
AFRICANO NA ÁFRICA PÓS-COLONIAL
4.1. A descolonização do
conhecimento
MUDIMBE, V.Y. A
domesticação e o conflito das Memórias. IN: ___ A Ideia de Africa. Luanda/Lisboa,
Pedago/Mulemba, 2012, ps141-198
HOUNTONDJI, Paulin. J. Conhecimento de África,
conhecimento de africanos: duas perspectivas sobre estudos africanos. In: Revista Crítica de Ciências Sociais
n.80, Março de 2008. Coimbra – Portugal.
BONG, Bwemba. A ruptura da
consciencia histórica africana: o principal obstáculo para o renascimento
africano: IN;DIOP, Babacar Mbaye & DIENG. Doudou (orgs). A Consciencia Histórica Africana.
Lisboa/Luanda. Mulemba/Pedagogo,2012, pp.25-45
4.2. Pan-africanismo e negritude
revistas: a crítica aos essencialismos e racialismo na África contemporânea
APPIAH,
Kwame Anthony. “A invenção da África “ e “Ilusões de raça”. In: APPIAH, Kwame
Anthony. Na Casa De Meu Pai. A África
na Filosofia da Cultura. Rio de Janeiro: Contraponto, 1997.
AMSELLE,
Jean-Loup. "Etnias e espaços: para uma antropologia topológica" In:
AMSELLE, Jean-Loup e M'BOKOLO, Elikia (coord.), Pelos Meandros da Etnia. Etnias, Tribalismo e Estado em África,
Luanda, Edições Mulemba, Edições Pedago, 2014, pp. 23-54.
MBEMBE,
Achille. As formas africanas de auto-inscrição. Tradução de Patrícia Farias.
In: Estudos Afro-Asiáticos. a.23, n.1. Rio de Janeiro: Centro de Estudos
AfroAsiáticos; Universidade Cândido Mendes, 2001. p.171-209.
4.3. Afrocentricidade, feminismo/mulherismo: usos
(e abusos ?) do pensamento africano na América Diaspórica.
ASANTE, Molefi Kete. Afrocentricidade:
Notas Sobre Uma Posição Disciplinar. In: NASCIMENTO, Elisa Larkin.
Afrocentricidade: Uma Abordagem Epistemológica Inovadora. São Paulo: Selo Negro
Edições, 2009.
MAZANA, Ama. A afrocentricidade como um
novo paradigma. In: NASCIMENTO, Elisa Larkin (Org.) Afrocentricidade: uma
abordagem epistemológica inovadora. São Paulo: Selo Negro, 2009.
DOVE,
Nah (1998), “African Womanism: An Afrocentric Theory”, Journal of Black
Studies, vol. 28, No. 5, pp. 515-539. (Faremos
uso de uma tradução livre feito para o Português).
IV.
AVALIAÇÃO
·
Produção
de um artigo científico (normas da ABNT) sobre um dos intelectuais discutidos
na disciplina. Mínimo 15 e máximo 30 páginas. Duas datas de entrega (meio e fim
do semestre). Correção e debate coletivo depois da primeira entrega.
V - REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
APPIAH,
Kwame Anthony. Na Casa De Meu Pai. A
África na Filosofia da Cultura. Rio de Janeiro: Contraponto, 1997.
BARRY, Boubacar. Senegâmbia: o desafio de uma história regional. RJ: SEPHIS/CEAA,
2000, p.5-34 (30 paginas)
BERNAT, Isaac. O Griot, Sotingui Kouaté e a
África In: BERNAT, Isaac. Encontros com o griot Sotingui Kouyaté. Rio de
Janeiro: Pallas, 2013.
BONG, Bwemba. A ruptura da
consciencia histórica africana: o principal obstáculo para o renascimento
africano: IN;DIOP, Babacar Mbaye & DIENG. Doudou (orgs). A Consciencia Histórica Africana.
Lisboa/Luanda. Mulemba/Pedagogo,2012, pp.25-45
DIOP,
Cheick M´Backé. Cheick Anta Diop: o
homem e sua obra. IN: DIOP, Babacar Mbaye & DIENG. Doudou (orgs). A Consciencia Histórica Africana.
Lisboa/Luanda. Mulemba/Pedagogo,2012, pp. 87- 110
DIOP, Cheikh Anta.
Contribuciones culturales de África y sus perspectivas. IN: KOHN, Hans;
SOKOLSKY, Wallace. El nacionalismo africano em el siglo XX. Buenos Aires:
Editorial Paidos, 1968. p. 174-184.
DOMINGUES, Petrônio
José. “Movimento da negritude- uma breve reconstrução histórica”, in: África: Revista do Centro de Estudos
Africanos. USP.
FANON, Frantz. Pele negra, máscaras brancas. Tradução de Renato da Silveira.
Salvador: EDUFBA, 2008.
HAMPATÉ BÂ, A. A tradição viva. In: KI-ZERBO, J.
(coord.) História Geral da África I.
Metodologia e Pré-História da África. Brasília:
UNESCO, 2010. (56 páginas)
HARRIS, Joseph.
“A África e a Diáspora Negra”, in: História Geral da África: África desde 1935,
(cap.23) pp. 849-872.
HERNANDEZ, Leila Leite. A itinerância das ideias e
o pensamento social africano. Anos 90 (UFRGS. Impresso), v. 21, p. 195-225,
2014.
HERNANDEZ, Leila Leite. O pan-africanismo In:
HERNANDEZ, Leila leite. África na sala de aula: visita à história
contemporânea. São Paulo, Selo Negro.
HOUNTONDJI, Paulin j. (org). O antigo e o moderno - a produção do
saber na África contemporânea. Mangualde; Luanda: Edições Pedago; Edições
Mulemba, 2014.
_____. Conhecimento
de África, conhecimento de africanos: duas perspectivas sobre estudos
africanos. In: Revista Crítica de
Ciências Sociais n.80, Março de 2008. Coimbra – Portugal.
KODJO, Edem e CHANAIWA, David. “Pan-africanismo
e libertação”. In História geral da
África, volume VIII. A África desde 1935, editado por Ali A. Mazrui e
Christophe Wondji. Brasília: UNESCO, 2010, p.895-924.
MBEMBE, Achille. As formas africanas de
auto-inscrição. In: Estudos
Afro-Asiáticos. a.23, n.1. Rio de Janeiro: Centro de Estudos AfroAsiáticos;
Universidade Cândido Mendes, 2001. p.171-209.
MEMMI,
Albert. O retrato do colonizado precedido
pelo retrato do colonizador. Rio de Janeiro: Editora Paz e Terra, 1977.
MUDIMBE, V.Y. A
domesticação e o conflito das Memórias. IN: ___ A Ideia de Africa. Luanda/Lisboa,
Pedago/Mulemba, 2012, ps141-198
NASCIMENTO, Washington Santos. Universo mítico-religioso Kimbundu e trânsitos culturais em Wanyenga Xito. (no prelo). 2015.
____.
Gentes do
Mato: os "novos assimilados" em Luanda. Tese de Doutorado. Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humanas
da Universidade de São Paulo, São Paulo, 2013. (Texto adaptado).
NIANE, Djibril Tamsir. Sundjata, ou a epopéia mandinga.
São Paulo: Ática, 1982.
SAID, Edward W. Representações do Intelectual In:
Representações do intelectual: As conferências Reith de 1993. São Paulo,
Companhia das Letras, 1994.
SENGHOR, Léopold Sédar.
O Contributo do homem negro. IN: SANCHES, Manuela Ribeiro. Malhas que os impérios tecem: textos anticoloniais, contextos
póscoloniais. Lisboa: Edições 70, 2011. p. 73-92.
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