segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

Eletiva: Pan-africanismo, negritude e intelectuais africanos.

UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA – IFCH
DISCIPLINA: PAN-AFRICANISMO, NEGRITUDE E INTELECTUAIS AFRICANOS.
PROF. WASHINGTON SANTOS NASCIMENTO
Email: washingtonprof@gmail.com


I.                   EMENTA

Intelectuais e Pensamento Social africano. Tradição oral, memória e pensamento social. Culturas letradas: pan-Africanismo e negritude. Temas, textos e questões do pensamento social africano pós-colonial.

II.                OBJETIVOS
·         Fazer uma discussão sobre o processo de produção de conhecimento que parta do continente africano (ou de seus descendentes).
·         Teorizar sobre a África a partir de um olhar intravertido que se preocupe com temas e questões do continente e de seus habitantes.
·         Pensar o processo de libertação colonial e descolonização do conhecimento.


III.             PROGRAMA
* O programa pode sofrer algumas pequenas alterações até o início da disciplina.


Março

I – CIÊNCIAE TOTALITARISMO DO CONHECIMENTO.

MIGNOLO, W. Os esplendores e as misérias da “ciência”: colonialidade, geopolítica do conhecimento e pluri-versalidade epistêmica. In: SANTOS, Boaventura de S. Conhecimento prudente para uma vida decente. São Paulo: Cortês, 2006.


MENESES, Maria Paula Meneses.  Os sentidos da descolonização: uma análise a partir de Moçambique. OPSIS (Online), Catalão, v. 16, n. 1, jan./jun. 2016, p. 26-44.


II – TRADIÇÃO, MEMÓRIA, ORALIDADE E PENSAMENTO SOCIAL.

2.1 – A tradição oral e os griots

HAMPATÉ BÂ, A. A tradição viva. In: KI-ZERBO, J. (coord.) História Geral da África I. Metodologia e Pré-História da África. Brasília: UNESCO, 2010. (56 páginas)

NIANE, Djibril Tamsir. Sundjata, ou a epopéia mandinga. São Paulo: Ática, 1982.

NASCIMENTO, Washington Santos. Universo mítico-religioso Kimbundu e trânsitos culturais em Wanyenga Xito. (no prelo)



III - PENSAMENTO SOCIAL AFRICANO NAS CULTURAS LETRADAS: O PAN-AFRICANISMO E NEGRITUDE


3.1. Pan-africanismo: história e luta de libertação

HERNANDEZ, Leila Leite. O pan-africanismo In: HERNANDEZ, Leila leite. África na sala de aula: visita à história contemporânea. São Paulo, Selo Negro. 2010.

KODJO, Edem e CHANAIWA, David. “Pan-africanismo e libertação”. In História geral da África, volume VIII. A África desde 1935, editado por Ali A. Mazrui e Christophe Wondji. Brasília: UNESCO, 2010, p.895-924.

3.2.- Pan-Africanismo e dois dos principais nomes: Cheik Anta Diop e Leopold Senghor

BARRY, Boubacar. Escrevendo História na África depois da independência: o caso da Escola de Dakar. In BARRY, Boubacar. Senegâmbia: O Desafio da História Regional. RJ: Centro de Estudos Afro-Asiáticos/Universidade Cândido Mendes, 2.000, p.35-64

DIOP, Cheick M´Backé.  Cheick Anta Diop: o homem e sua obra. IN: DIOP, Babacar Mbaye & DIENG. Doudou (orgs). A Consciencia Histórica Africana. Lisboa/Luanda. Mulemba/Pedagogo,2012, pp. 87- 110

Apresentação de parte da monografía de Jorge Henrique Almeida – Concluinte do curso de História da UERJ.

DIOP, Cheikh Anta. Contribuciones culturales de África y sus perspectivas. IN: KOHN, Hans; SOKOLSKY, Wallace. El nacionalismo africano em el siglo XX. Buenos Aires: Editorial Paidos, 1968. p. 174-184.

SENGHOR, Léopold Sédar. O Contributo do homem negro. IN: SANCHES, Manuela Ribeiro. Malhas que os impérios tecem: textos anticoloniais, contextos póscoloniais. Lisboa: Edições 70, 2011. p. 73-92.


3.3 - Negritude: história

DOMINGUES, Petrônio José. “Movimento da negritude- uma breve reconstrução histórica”, in: África: Revista do Centro de Estudos Africanos. USP.

HARRIS, Joseph. “A África e a Diáspora Negra”, in: História Geral da África: África desde 1935, (cap.23) pp. 849-872.

KODJO, Edem; Chanaiwa, David. “Pan-Africanismo e Libertação”, in: História Geral da África: África desde 1935, (cap 25) pp. 897-924.

3.4 - Negritude: o negro e as questões identitárias.

FANON, Frantz. Introdução / A experiência vivida do negro / À guisa de conclusão. In: FANON, Frantz. Pele negra, máscaras brancas. Tradução de Renato da Silveira. Salvador: EDUFBA, 2008.

MEMMI, Albert. O retrato do colonizado precedido pelo retrato do colonizador. Rio de Janeiro: Editora Paz e Terra, 1977.

NASCIMENTO, Washington Santos. Políticas coloniais e nação nas memórias e discursos do ex-assimilado e escritor angolano Raul David In: NASCIMENTO, Washington Santos. Gentes do Mato: os "novos assimilados" em Luanda. Tese de Doutorado. Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, São Paulo, 2013. (Texto adaptado).


IV – O PENSAMENTO SOCIAL AFRICANO NA ÁFRICA PÓS-COLONIAL

4.1. A descolonização do conhecimento

MUDIMBE, V.Y. A domesticação e o conflito das Memórias. IN: ___ A Ideia de Africa. Luanda/Lisboa, Pedago/Mulemba, 2012, ps141-198

HOUNTONDJI, Paulin. J. Conhecimento de África, conhecimento de africanos: duas perspectivas sobre estudos africanos. In: Revista Crítica de Ciências Sociais n.80, Março de 2008. Coimbra – Portugal.

BONG, Bwemba. A ruptura da consciencia histórica africana: o principal obstáculo para o renascimento africano: IN;DIOP, Babacar Mbaye & DIENG. Doudou (orgs). A Consciencia Histórica Africana. Lisboa/Luanda. Mulemba/Pedagogo,2012, pp.25-45

4.2. Pan-africanismo e negritude revistas: a crítica aos essencialismos e racialismo na África contemporânea

APPIAH, Kwame Anthony. “A invenção da África “ e “Ilusões de raça”. In: APPIAH, Kwame Anthony. Na Casa De Meu Pai. A África na Filosofia da Cultura. Rio de Janeiro: Contraponto, 1997.

AMSELLE, Jean-Loup. "Etnias e espaços: para uma antropologia topológica" In: AMSELLE, Jean-Loup e M'BOKOLO, Elikia (coord.), Pelos Meandros da Etnia. Etnias, Tribalismo e Estado em África, Luanda, Edições Mulemba, Edições Pedago, 2014, pp. 23-54.

MBEMBE, Achille. As formas africanas de auto-inscrição. Tradução de Patrícia Farias. In: Estudos Afro-Asiáticos. a.23, n.1. Rio de Janeiro: Centro de Estudos AfroAsiáticos; Universidade Cândido Mendes, 2001. p.171-209.


4.3. Afrocentricidade, feminismo/mulherismo: usos (e abusos ?) do pensamento africano na América Diaspórica.

ASANTE, Molefi Kete. Afrocentricidade: Notas Sobre Uma Posição Disciplinar. In: NASCIMENTO, Elisa Larkin. Afrocentricidade: Uma Abordagem Epistemológica Inovadora. São Paulo: Selo Negro Edições, 2009.

MAZANA, Ama. A afrocentricidade como um novo paradigma. In: NASCIMENTO, Elisa Larkin (Org.) Afrocentricidade: uma abordagem epistemológica inovadora. São Paulo: Selo Negro, 2009.

DOVE, Nah (1998), “African Womanism: An Afrocentric Theory”, Journal of Black Studies, vol. 28, No. 5, pp. 515-539. (Faremos uso de uma tradução livre feito para o Português).




IV. AVALIAÇÃO

·         Produção de um artigo científico (normas da ABNT) sobre um dos intelectuais discutidos na disciplina. Mínimo 15 e máximo 30 páginas. Duas datas de entrega (meio e fim do semestre). Correção e debate coletivo depois da primeira entrega.



V - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

APPIAH, Kwame Anthony. Na Casa De Meu Pai. A África na Filosofia da Cultura. Rio de Janeiro: Contraponto, 1997.

BARRY, Boubacar. Senegâmbia: o desafio de uma história regional. RJ: SEPHIS/CEAA, 2000, p.5-34 (30 paginas)

BERNAT, Isaac. O Griot, Sotingui Kouaté e a África In: BERNAT, Isaac. Encontros com o griot Sotingui Kouyaté. Rio de Janeiro: Pallas, 2013.

BONG, Bwemba. A ruptura da consciencia histórica africana: o principal obstáculo para o renascimento africano: IN;DIOP, Babacar Mbaye & DIENG. Doudou (orgs). A Consciencia Histórica Africana. Lisboa/Luanda. Mulemba/Pedagogo,2012, pp.25-45

DIOP, Cheick M´Backé.  Cheick Anta Diop: o homem e sua obra. IN: DIOP, Babacar Mbaye & DIENG. Doudou (orgs). A Consciencia Histórica Africana. Lisboa/Luanda. Mulemba/Pedagogo,2012, pp. 87- 110
DIOP, Cheikh Anta. Contribuciones culturales de África y sus perspectivas. IN: KOHN, Hans; SOKOLSKY, Wallace. El nacionalismo africano em el siglo XX. Buenos Aires: Editorial Paidos, 1968. p. 174-184.

DOMINGUES, Petrônio José. “Movimento da negritude- uma breve reconstrução histórica”, in: África: Revista do Centro de Estudos Africanos. USP.

FANON, Frantz. Pele negra, máscaras brancas. Tradução de Renato da Silveira. Salvador: EDUFBA, 2008.

HAMPATÉ BÂ, A. A tradição viva. In: KI-ZERBO, J. (coord.) História Geral da África I. Metodologia e Pré-História da África. Brasília: UNESCO, 2010. (56 páginas)

HARRIS, Joseph. “A África e a Diáspora Negra”, in: História Geral da África: África desde 1935, (cap.23) pp. 849-872.

HERNANDEZ, Leila Leite. A itinerância das ideias e o pensamento social africano. Anos 90 (UFRGS. Impresso), v. 21, p. 195-225, 2014.

HERNANDEZ, Leila Leite. O pan-africanismo In: HERNANDEZ, Leila leite. África na sala de aula: visita à história contemporânea. São Paulo, Selo Negro.

HOUNTONDJI, Paulin j. (org). O antigo e o moderno - a produção do saber na África contemporânea. Mangualde; Luanda: Edições Pedago; Edições Mulemba, 2014.
_____.  Conhecimento de África, conhecimento de africanos: duas perspectivas sobre estudos africanos. In: Revista Crítica de Ciências Sociais n.80, Março de 2008. Coimbra – Portugal.

KODJO, Edem e CHANAIWA, David. “Pan-africanismo e libertação”. In História geral da África, volume VIII. A África desde 1935, editado por Ali A. Mazrui e Christophe Wondji. Brasília: UNESCO, 2010, p.895-924.

MBEMBE, Achille. As formas africanas de auto-inscrição. In: Estudos Afro-Asiáticos. a.23, n.1. Rio de Janeiro: Centro de Estudos AfroAsiáticos; Universidade Cândido Mendes, 2001. p.171-209.

MEMMI, Albert. O retrato do colonizado precedido pelo retrato do colonizador. Rio de Janeiro: Editora Paz e Terra, 1977.

MUDIMBE, V.Y. A domesticação e o conflito das Memórias. IN: ___ A Ideia de Africa. Luanda/Lisboa, Pedago/Mulemba, 2012, ps141-198

NASCIMENTO, Washington Santos. Universo mítico-religioso Kimbundu e trânsitos culturais em Wanyenga Xito. (no prelo). 2015.

____. Gentes do Mato: os "novos assimilados" em Luanda. Tese de Doutorado. Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, São Paulo, 2013. (Texto adaptado).
NIANE, Djibril Tamsir. Sundjata, ou a epopéia mandinga. São Paulo: Ática, 1982.

SAID, Edward W. Representações do Intelectual In: Representações do intelectual: As conferências Reith de 1993. São Paulo, Companhia das Letras, 1994.

SENGHOR, Léopold Sédar. O Contributo do homem negro. IN: SANCHES, Manuela Ribeiro. Malhas que os impérios tecem: textos anticoloniais, contextos póscoloniais. Lisboa: Edições 70, 2011. p. 73-92.





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